Minha casa está ficando nua, perdendo a identidade. Será
minha sétima mudança, desde que me aventurei por essas terras piracicabanas. Encaixotar,
lavar, ensacar, encontrar coisas perdidas, lembrar e se deparar com o dilema: “isso
não posso colocar numa caixa, ainda vou usar”, “ isso pode muito bem ir pro
lixo”, “por que, diabos, guardei isso? Alguém me diz?” .
Cheguei em Piracicaba num verão de 2000, com uma mala de
roupas, um porrada de livros, um aparelho de som, uma caixa de CDs e muita
vontade de viver. Passado 12 anos e estou com um guarda-roupa e cômoda lotados
de roupas, outros livros, com os CDs empoeirados, uma casa completa, lembranças
alegres e tristes, com outros sonhos e com a mesma vontade de viver.
Essa mudança tem um gostinho novo, tem um significado
diferente, uma alegria maior e um orgulho confesso.
Estava esses dias conversando com uma amiga, no dia em que Piracicaba
completou aniversário, no quanto, hoje, gosto da cidade, no quanto fui bem
recebida, com infinitas possibilidades e o quanto cresci, aprendi e conquistei
aqui. Sou grata, mesmo querendo me mudar daqui, sou grata.
Um brinde à tudo que passou e outro à tudo que virá... tim tim.